A direção executiva da Contraf-CUT convocou reunião da Direção Nacional para esta quarta-feira 6 de dezembro, das 9h às 18h, em São Paulo, cujo único ponto da pauta era marcar o Congresso Eleitoral da Confederação. Mas a reunião começou às 10h55 e terminou às 11h15, sem nenhum informe ou debate sobre a gravíssima conjuntura política e econômica do país.
A fugaz reunião apenas aprovou proposta já pronta de realização do Congresso da Contraf-CUT para 6, 7 e 8 de abril de 2018 e escolheu a sua comissão organizadora.
Vejam quantos assuntos importantes e inadiáveis precisamos discutir e sobre os quais encaminhar lutas e mobilizações:
l A categoria bancária, a classe trabalhadora e o movimento sindical estão enfrentando os perversos efeitos da reforma trabalhista, entre eles a asfixia econômica das entidades sindicais. Há uma série de ações nos campos político e jurídico sendo articulados em várias partes do país contra a implementação da reforma.
l O grande capital nacional e internacional que sustentou o golpe de 2016 está obrigando o ilegítimo governo temer a votar a reforma da previdência ainda este ano, apesar das dificuldades de reunir quórum suficiente no Congresso. É preciso reagir (e discutir o vexaminoso recuo da greve geral de 5 de dezembro).
l A Campanha Nacional bianual dos bancários (2016/2018) e as negociações por banco e nas comissões temáticas, que a Fenaban enrolou diante da passividade do Comando. Quais os erros e acertos?
l O governo temer ameaça abrir o capital da Caixa ainda esta semana, dando um passo decisivo para a privatização.
l A privatização do Banrisul, que prossegue a passos largos.
l Os descomissionamentos dos gerentes no BB.
l O avanço das forças reacionárias e conservadoras contra os movimentos sociais e progressistas, que teve um novo capítulo na invasão da UFMG pela PF nesta quarta-feira 6.
l As articulações político-jurídicas para tirar o ex-presidente Lula das eleições de 2018 ou, na impossibilidade, impor o parlamentarismo ou mesmo adiar as eleições.
l A necessidade de o campo progressista se unificar e se fortalecer para não apenas barrar essa ofensiva reacionária, mas disputar as eleições de 2018 em condições de vencer e eleger uma boa bancada no Congresso Nacional.
O debate e mobilização dos trabalhadores sobre esses e outros temas são urgentes e imprescindíveis. Mas nada disso interessa à atual direção da Contraf-CUT.
Dezenas de dirigentes sindicais viajam do país todo esperando fazer essa discussão, investem recursos que serão cada vez mais escassos daqui por diante e o que os espera são 20 minutos de blá-blá-blá.
Definitivamente, essa direção está totalmente equivocada e sem rumo. Ou melhor, isso não é direção.
Lamentável. E os trabalhadores jogados a qualquer sorte. O momento é de atitude, de posições firmes não dá pra titubear.
Extremamente preocupante isso.