Economia de bolso
Atualmente, discute-se, no Brasil, sobre a necessidade de uma maior desregulamentação (Flexibilização é o apelido) do mercado de trabalho como forma de gerar empregos.
Atribui-se a culpa do desemprego à legislação trabalhista que, supostamente, eleva demais o custo do trabalho, onerando demais as empresas, podendo levá-las à falência e causar desemprego em massa.
Também se alega que a “livre” negociação entre as partes sobre os termos do contrato de trabalho faria aumentar o número de postos de trabalho e ainda diminuiria o risco de eventuais demissões.
O modelo proposto aqui guarda semelhanças com o modelo americano que adota medidas como a terceirização irrestrita, por exemplo, há pelo menos 3 décadas. Esse modelo já produziu resultados passíveis de análise. Um deles é o que eles denominam de “Mini-jobs Avalanche” que por sua vez resultaram em um outro fenômeno chamado de “Tsunami Low Wages”.

Não é segredo que os EUA tenham visto um crescimento salarial decepcionante ao longo dos últimos anos. O crescimento salarial atingiu uma baixa recorde no segundo trimestre, de acordo com o índice de custo de emprego, divulgado pelo Bureau of Labor Statistics no início deste mês. Os salários cresceram apenas 0,2% – o menor ganho trimestral desde 1982, quando a série começou.
O crescimento dos subempregos que pagam baixíssimos salários pode em grande parte ser responsabilizado por esse estancamento salarial que está elevando a concentração de renda e a desigualdade social nos EUA.
A desregulamentação do mercado de trabalho do ponto de vista dos salários tem se mostrado muito ruim. Não é à toa vem ocorrendo fortes mobilizações em prol de condições de trabalhos mais justa com leis que proporcionem o mínimo de proteção aos trabalhadores, garantindo-lhes ganhos mínimos e direitos básicos.