A direção do Banco do Brasil apresentou no dia 27 de março às entidades representativas do funcionalismo uma nova proposta (dizendo ser a final), que quebra a solidariedade, reduz o patrocínio para os dependentes, com repasse de custos para os associados, muda a governança e evoca para o banco o Voto de Minerva que pertence aos donos da Cassi, que são os associados.
Essa proposta é requentada e acrescida de uma pitada de maldade pela gestão BB-Bolsonaro, reapresentada depois da rejeição acachapante de alteração do Estatuto pelo Corpo Social, em 2018.
A Cassi foi construída pelos funcionários do Banco do Brasil em 1944 e tem como elemento estruturante o princípio da solidariedade, pelo qual todos os trabalhadores e seus dependentes, inclusive os aposentados, têm o mesmo plano de saúde e contribuem com o mesmo percentual do salário, independente do valor de sua remuneração e do número de dependentes.
A Frente Nacional de Resistência e Ação Bancária (EnFrente), depois de fazer uma discussão com seus militantes, decidiu rejeitar a proposta do BB pelas seguintes razões:
- Acaba com o princípio da solidariedade
- Inclui a cobrança adicional por dependente,
- Extingue o patrocínio dos dependentes,
- Aumenta o custo percentual para o associado e reduz a contribuição do banco, rompendo com a proporcionalidade estabelecida.
- Aumenta, de forma desproporcional, o custo da contribuição para o funcionário que ganha menos, enquanto o que ganha mais tem percentual menor, considerando as mesmas características.
- Dificulta o acesso ao direito à saúde.
- A adesão à Cassi deixa de ser um direito igual para todos os funcionários, pois o percentual de contribuição diferenciado é excludente porque compromete muito a renda de quem ganha pouco.
- Os novos funcionários terão direitos reduzidos, o que é inaceitável.
- Retira poder dos associados na gestão. O Voto de Minerva para o presidente da Cassi, que é indicado pelo banco, altera drasticamente o equilíbrio de poder entre associados e patrocinador duramente conquistado, o que torna a Cassi hoje um exemplo de autogestão de saúde para os trabalhadores.
- Aceitar a proposta é entregar voluntariamente o poder dos associados, que são os verdadeiros donos, para o banco vendê-la.
A Cassi, nos últimos anos, vem sendo terrivelmente atacada com o objetivo claro de eximir o banco de responsabilidades para com a saúde dos seus trabalhadores.
- A proposta do BB vai transfigurar a Cassi, que é uma Caixa de Assistência, a um plano de saúde semelhante ao de mercado, visando privatizar a Cassi para facilitar a venda do banco.
- Falta de transparência nas negociações.
Em setembro do ano passado, os associados da Cassi rejeitaram em consulta nacional proposta parecida a essa apresentada pelo BB às entidades do funcionalismo. O banco então pediu às entidades que apresentassem uma proposta de consenso entre elas para a sustentabilidade da Cassi, que foi endossada por técnicos da Caixa de Assistência.
As entidades apresentaram a proposta no dia 20 de novembro do ano passado. Mas o banco nunca se manifestou sobre ela. Retomou as negociações com as entidades representativas no dia 31 de janeiro de 2019 e após várias reuniões apresentou no dia 27 de março essa proposta que diz ser a última.
As negociações conduzidas pelas entidades foram sigilosas, sem discussão com os associados e imposta ao funcionalismo como um ultimato. E sem discutir com as bases, a Contraf-CUT de pronto orientou sua aprovação.
Por tudo isso, o EnFrente é contrário à proposta do banco e orienta a sua rejeição.
Os associados já rejeitaram essa proposta ano passado, difícil entender o que ocorreu de lá para cá que levou os negociadores das entidades aceitarem ela agora. NÃO é NÃO, o banco tem que respeitar a decisão dos associados e as entidades não podem cometer o absurdo de entregar a Cassi na mão de quem não quer assumir o compromisso que é dele mesmo.
Não vamos entregar a CASSI e o BB para os banqueiros privados. Nossa resposta tem que ser um NÃO ROTUNDO a essa proposta que já tinha sido rejeitada pelos associados
Uma dúvida: se negarmos a proposta, o que pode acontecer? Intervenção da ANS?
A classe bancária, principalmente, os do banco do Brasil! têm que ter muito cuidado com indicativo de aceitar a proposta do banco! com relação a CASSI e outras coisas que venham por aí!!mesmo nos governos anteriores já havia muita ingerência nos sindicatos!!!!imaginam com esse daí!!!
Esta solidariedade é vergonhosa, o BB criou pra tornar a CASSI atraente. E extorsivo pagar pra depentes dos outros. Vou casar com um mendigo que tenha 3 filhos, chega de dar esmola pra quem não precisa.